Após o desaparecimento do tumor na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai precisar de acompanhamento médico regular por alguns anos antes de poder ser considerado “curado” da doença, de acordo com os oncologistas.
O câncer de laringe ocorre predominantemente em homens e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Representa 25% dos tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas. Estima-se que serão registrados 6.110 novos casos da doença em 2012, em dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Segundo os médicos, o monitoramento é necessário em virtude da possibilidade do retorno do tumor, comum em casos de câncer. Na doença do ex-presidente, como a doença foi descoberta antes de alcançar um estágio avançado, a taxa de cura é considerada alta: de 50% a 90%.
“Isso significa que a chance de o câncer retornar é inversamente proporcional, de 20% a 30%, mas ela existe. Para os tumores de laringe, em geral, os dois primeiros anos têm mais risco de recidiva, mas o desaparecimento do tumor é o primeiro passo da cura”, dizThiago Bueno de Oliveira, oncologista do Hospital A.C. Camargo.
Acompanhamento dura, no mínimo, cinco anos
A partir de então, quem tem o mesmo diagnóstico do ex-presidente precisa fazer um acompanhamento intensivo nos três primeiros anos. Neste período, o paciente terá que passar, a cada três meses, por consultas periódicas nas quais serão avaliados sintomas como dor de garganta e no pescoço, dificuldade de engolir e a possibilidade de aparecimento de nódulos na região. Além disso, serão feitos exames de tomografia de face e de pescoço e um raio-x de tórax. A cada seis meses haverá a obrigatoriedade de fazer ainda uma laringoscopia.
Passados os três anos, os mesmos procedimentos terão de ser realizados a cada seis meses, entre o quarto e quinto ano, e, após cinco anos, apenas anualmente, explica o oncologista clínico Felipe Roitberg, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Fonte:G1