Caros colegas médicos otorrinolaringologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço:
Caro(a) Presidente de Sociedade Estadual ou Regional de ORL ou CCP (SER):
Mostra-se fundamental nos conscientizarmos exatamente porque estamos nos envolvendo nesse trabalho extra, voluntário e beneficente. Sejamos médicos jovens ou maduros, otimistas ou pessimistas, acomodados ou empreendedores, pessoas físicas ou jurídicas, atuantes no setor público ou privado, Serviços, Clínicas ou Hospitais, Instituições ou Associações, cada um há de ter seus motivos, crenças, motivações e resistências.
Bem, aqui detalhamos as bases filosóficas e motivacionais desta Campanha, certamente semelhantes mas não idênticas às de outras campanhas médicas. Assim, propomos que de algum modo tenhamos boa vontade para pensarmos e agirmos juntos:
1. A Campanha Nacional da Voz certamente abrange aspectos laborais, artísticos, lúdicos e funcionais da voz, de uma forma geral, destacando o valor de uma boa comunicação, civilizadora e harmonizadora, em que cada cidadão possa se expressar, ouvir e ser ouvido, enfim, viver de forma plena e sadia, como indivíduo e acolhido em sociedade. Entretanto, hoje vivemos um estranho tempo de radicalizações, de rejeições ao debate e de crescente “intolerância à voz do outro“, no seu sentido social mais amplo – seja opinião, história, cultura, hábitos, origem, ponto-de-vista, ideologia, religião, orientação sexual e até time de futebol. Ao invés de,apesar de discordarem, defenderem a todo preço o direito do outro se manifestar, indivíduos e grupos optam, por esperteza, ignorância, má-fé ou fanatismo, por se acharem no direito de tentar calar a voz do outro, seja ignorando, se recusando a responder à crítica, ironizando, ridicularizando ou pior, distorcendo o que foi dito para atacar algo que lhe incomode e questione. Uma sutil e violenta loucura, sem futuro algum; e o diálogo adoece quando muitos desejem muito ser ouvidos, mas poucos, ou cada vez menos, pareçam de fato dispostos a ouvir. Fica difícil… Bem, mas esta Campanha Nacional da Voz muito oportunamente apontará essa “disfunção vocal”, pretendendo contribuir para tratá-la.
2. Entretanto, não podemos nem iremos perder de vista o aspecto médico essencial, senão vital, de prevenir, diagnosticar e corrigir moléstias e imperfeições, atuando correta e precocemente para minorar sofrimentos e sequelas. Prioridade pois ao mais sério, ao mais grave, ao que ameça a vida. Assumimos como médicos a honrosa responsabilidade (missão!) de afastar as maiores ameaças, para que possa o ser humano, livre da doença, adaptado ou compensado, exercer da mais ampla forma o seu potencial de vida, através das maravilhosas e infinitas características da raça humana (a única que existe!), que brotam de seus sonhos, desejos, curiosidade, criatividade e dedicação à construção de um mundo melhor, social e ambientalmente.
3. Desta forma, juntos afirmamos que é precisamente esse o nosso foco, nossa impostergável e exclusiva atribuição e deve ser a nossa maior competência, assumida e exercida às últimas conseqüências, pois é justamente a nós (e especialmente a nós) que cabe o papel de ouvir relatos pessoais e sintomas, perceber sinais, correlacioná-los, buscar identificar etiologias e diagnosticar doenças, disfunções e quaisquer perturbações da saúde humana – e propor o melhor tratamento ou terapia!
4. E sendo práticos e objetivos, concordemos que para de fato “fazer diferença” numa realidade de tantas carências, devemos nos mobilizar e expor para exercerduas ações indissociáveis – informar e atender, educar e examinar. Identificar a demanda ao máximo. Importantíssimo destacar que, indo além de iniciativas de divulgação, ganhamos máxima credibilidade e confiança dos meios de comunicação e da Sociedade, e com isso o mais efetivo apoio para pressionar para que a capacidade instalada dos serviços de saúde corresponda à sua real necessidade. Mas façamo-lo de forma responsável e participativa, não incendiária nem apenas político-partidária, posto que mostram-se imaturas ou contraditórias por natureza, mas focando na objetiva mudança, propondo soluções viáveis para cada um dos numerosos problemas de nossos pacientes – nossos, jamais por tola posse, mas por bem assumida responsabilidade.
Assim será a nossa 20ª Campanha Nacional da Voz – um claro e bem emitido grito de alerta e orientação de quem conhece os problemas e propõe soluções, e se revela capaz e disposto a executá-las: nós médicos dedicados à ORL e/ou CCP!
Atenciosamente,
Marcio Abrahão |
Gustavo Korn |
Luis Eduardo B. de Mello |
Gustavo Korn – cel e wa (11) 99967-9507, Marcos Sarvat – cel e wa (21) 99971-2454
Coordenadores da Campanha Nacional da Voz 2018
Promoção da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial (ABORL-CCF), Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) e Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP)
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – MINISTÉRIO DA SAÚDE
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FUNDAÇÃO OTORRINOLARINGOLOGIA
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CANTO – ABCanto
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ASSOCIAÇÃO DE CÂNCER DE BOCA E GARGANTA – ACBG BRASIL
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